Morte das revistas de eletrônica no Brasil

Olá,

Hoje eu estou prestando meu testemunho dos serviços prestados pelo grupo editorial bolina que é a editora que distribui a revista elektor no Brasil.

Eu fiz faz dois anos uma assinatura de um ano da revista elektor eletrônica. Todas as edições chegaram apesar de algumas edições terem chegado com um mês de atraso. Mas naquela época tudo bem desde que eu recebesse as revistas. Já que a coisa mais difícil hoje em dia é encontrar revista de eletrônica em banca de jornal. Daí a minha vontade inicial em fazer a assinatura.

Quanto terminou o prazo de um ano eu recebi uma ligação da editora perguntando se eu queria renovar a assinatura e eu concordei fazendo o plano de dois anos e pagando o valor da assinatura à vista. Nos primeiros 3 meses eu recebi as revistas e depois eu passei a não mais receber as edições. Tinha meses que eu recebia e tinha meses que eu não recebia até que eles simplesmente pararam de enviar totalmente as edições para minha casa. A última edição que eu recebi foi no final do ano passado.

Toda a parte legal e de contatos que eu estou fazendo para obter o ressarcimento foge um pouco do foco. O que eu realmente quero dizer é que é uma pena que as publicações nacionais sobre eletrônica estejam morrendo. Quero dizer é que as revistas de eletrônica tiveram um papel muito importante na divulgação da eletrônica. Trouxeram para as pessoas comuns a possibilidade de trabalhar com eletrônica e foram incentivadores de empresas e de carreiras profissionais - e eu me incluo nesta categoria.

Com o desaparecimento das bancas das revistas de eletrônica morre uma forma importante de divulgação de todo este maravilhoso mundo que é a eletrônica. E serviços de baixa qualidade prestados por empresas como o grupo editorial bolina só tende a afastar ainda mais pessoas que poderiam se tornar possíveis apaixonados por eletrônica.

Ou seja, não temos mais edições e publicações que divulguem e propaguem a eletrônica entre o público leigo, temos escolas e universidades que não incentivam a realização e a experimentação de projetos - formam apenas trocadores de placa e fazedores de relatórios - e temos um comércio morto que cobra preços abusivos com um serviço de baixa qualidade e tecnicamente despreparado. Todos estes fatores só podem levar o nosso País a mais dependência tecnológica no futuro.

Um abraço,


José Paulo

Launchpad da Texas Instruments

Olá,

Eu, como muitos, sou um PIC maníaco. Ou seja, quanto o assunto é microcontroladores eu sempre tendo para o lado dos produtos da Microchip. Além de um vasto portfólio de produtos é relativamente simples construir um programador para pics. Foi desta forma que eu comecei a me interessar e a usar pics em meus projetos.

A Texas Instruments sempre foi uma empresa muito focada no mercado corporativo. Porém, já faz algum tempo que a Texas tem tentado se aproximar dos hackers e dos hobbystas. Acredito que muitos muitos hobbystas hoje podem vir a ser projetistas e tomadores de decisão no futuro e a Texas tem estado atenta a isto.  Então visando justamente uma maior participação neste nicho de mercado que tem crescido em todo o Mundo a Texas lançou a série Launchpad.

Os Launchpads são placas de circuito aonde o componente principal é um microcontrolador da Texas no qual a maioria dos seus sinais está facilmente acessível através de pinos instalados na placa de circuito impresso. Apesar das placas se parecerem com os famosos arduinos elas não são compatíveis. Já daí está a primeira desvantagem das Launchpads. Se a placas Launchpad possuíssem o mesmo tamanho e tentassem seguir a mesma pinagem um hobbysta poderia tentar usar toda a vastíssima gama de shields arduínos existente.

Uma outra diferença para os arduínos é que enquanto os arduínos usam um programa de "bootloader" para reprogramar o MCU as placas Launchpad vem com o seu programador/depurador incorporado. O engraçado é que o MCU do programador/depurador em alguns modelos de Launchpad é mais poderoso que o MCU que está sendo programado e estudado. Em alguns casos você pode usar o programador da placa Launchpad para programar outros MCU´s da Texas em suas próprias montagens. Ponto positivo para a Texas neste quesito.

A maior desvantagem, na minha opinião, em usar os produtos da Texas é o seu ambiente de programação. O compilador oferecido gratuitamente pela Texas apesar de ser muito bom possui uma série de limitações. Ou seja, se você por um acaso gostar dos produtos da Texas e quiser evoluir e usar outros produtos da Texas além dos MCU´s inclusos na série Launchpad você terá de comprar o compilador deles. Isto inviabiliza a utilização dos produtos da empresa em projetos OSH (Open Source Hardware).

Como eu falei da maior desvantagem eu me sinto obrigado a falar da maior vantagem: O preço. A placa MSP430 Launchpad custa U$ 4,30 (R$ 9,00 aproximadamente), o Stellaris Lauchpad e o Tiva Launchpad custam U$12,80 (R$ 25,00 aproximadamente). Um valor que obviamente está muito abaixo dos custos de produção destas placas mesmo produzindo em larga escala. E há uma vantagem adicional: o frete é grátis. As placas que eu comprei foram enviadas via Fedex sem custo adicional para a minha residência e no meu caso demorou apenas dois dias para serem entregues Simplesmente fantástico. Basta você se registrar no site da Texas e pagar via PayPal e pronto: Placas novinhas serão enviadas para você.

Há uma quantidade imensa de empresas produzindo microcontroladores no mercado. A Microchip e a Atmel não são nem as maiores empresas deste segmento. Há MCU´s que cobrem todo tipo de aplicação e preços e manter a mente aberta para coisas novas é muito importante para quem trabalha com tecnologia. Como eu falei no início eu sou um PIC maníaco, mas é bom estar aberto a novidades. A Texas é uma empresa muito tradicional no ramo de produção dos semicondutores e conhecer um pouco mais sobre seus produtos é importante. A série Launchpad pode ser a porta de entrada para um mundo novo de MCU´s e tecnologias.

Tiva Launchpad

Stellaris Launchpad

MSP430 Launchpad

Atenciosamente,


José Paulo

Eletrodex, serviço show de bola...

Olá,

Nos últimos meses eu tenho feito várias compras de componentes eletrônicos e ferramentas via internet e um dos sites em que eu compro é a Eletrodex. Eu comprei um alicate de crimpar com catraca da metaltex modelo MT-336 e uma cunha modelo 2C. Como é normal da Eletrodex o material veio muito bem embalado mas a cunha, que é composta de duas partes, veio incompleta.

Entrei em contato com a Eletrodex via site no período da noite e no dia seguinte na parte da manhã eles já tinham entrado em contato comigo via e-mail informando que já tinham verificado o erro e que já estavam enviando a metade que faltava da ferramenta. E uns dois dias depois chegou a parte que estava faltando conforme o prometido.

A princípio não há nada de muito impressionante aqui. Uma empresa errou e corrigiu o erro. Nada de anormal se de onde eu falo não fosse o Brasil. Já aconteceu no passado situações similares e eu não conseguir ressarcimento ou a reposição do produto que estava faltando ou danificado ou apenas após muito insistência ter conseguido reaver o produto ou o dinheiro de volta.

Então quando a gente esbarra com uma empresa que parece se importar com a qualidade do atendimento e com seus clientes eu acho que a gente tem que divulgar isto. Um ponto adicional para a Eletrodex é que muitos dos seus produtos tem preços bem competitivos. Então vale também a dica.

Até breve,

José Paulo

No que estou trabalhando recentemente...

Olá,

Eu tenho vários projetos arquivados no meu escaninho e em andamento no momento só tenho um projeto. Trata-se de um CNC portátil. A ideia original é a de diminuir o trabalho de confeccionar as placas de circuito impresso que faço manualmente utilizando um "CNC" para automatizar o trabalho do perfuração da placa. No futuro talvez eu implemente outras funções mas eu estou tentado me manter firme no objetivo original para não complicar ainda mais aquilo que já está bem complicado.

A idéia de tornar o CNC "portátil" veio após eu já ter iniciado o projeto. A forma mecânica que o CNC foi tomando me permitiu vislumbrar a possibilidade de transformar o CNC numa caixa em que eu possa guardar em qualquer lugar e que eu consiga transportar com uma certa facilidade.

O projeto foi iniciado no começo deste ano e ainda não está concluído mas eu já tenho bastante orgulho dele. Eu acho que a parte mecânica está bem interessante apesar de já ter detectado alguns problemas que eu preciso resolver muito em breve. Além disto eu ainda não montei a "casca" externa do bicho. Até mesmo porque eu acho que esta deverá ser uma etapa próxima do fim do projeto ou da conclusão do projeto.

Com relação à eletrônica em si eu na verdade criei quatro circuitos - até agora - para a implementação do controle. Porquê quatro circuitos? Boa pergunta. Porque como eu não sabia no início se o projeto iria para frente e então eu decidi começar devagar. Decidi que o projeto deveria ser modular. Ao invés de usar um único circuito que controlasse os motores dos eixos X,Y e Z e que fizesse também a comunicação com o computador como é o usual (pelo menos é o que eu tenho visto na internet). Eu fiz um circuito com seu próprio microcontrolador para cada motor de passo e a comunicação entre os microcontroladores e o computador se dá por meio de uma interface RS485 para USB que eu também criei. O bacana desta solução é que me permite escalar o meu CNC, ou seja, vai me permitir fazer adições ao CNC no futuro sem ter que trocar todo o hardware. Por outro lado aumentou consideravelmente a complexidade do projeto.

Atualmente eu estou trabalhando na confecção do software de computador que vai permitir abrir arquivos de perfução de placa no formato .drl que são gerados pelo kicad e comandar o CNC para executar as furações. Uma das premissas do software de controle será a facilidade de expansão do software. Para isto eu tenho tomado certo cuidado na criação das classes de forma a criar uma interface de programação bem genérica e que consiga englobar novos recursos no futuro. O software de controle está sendo desenvolvido inteiramente em C++ e em breve deve postar o software aqui no blog. Aguarde.

Eu iniciei este projeto do CNC acreditando que seria relativamente simples, mas, mais um vez as aparências me enganaram. Este projeto está se tornando num dos empreendimentos mais difíceis de serem concluídos até agora.

Não é só a parte mecânica do CNC que é complicada. O hardware e o software tem me demandado muito trabalho e atenção. Mas uma das coisas mais legais deste projeto é que eu tenho aprendido muito e isto para mim é o que mais conta.

Até breve,

 José Paulo

Decidi compartilhar meus projetos, ideias e muito mais...

Olá,

Meu nome é José Paulo e eu sou engenheiro da computação, técnico em eletrônica e "hobbysta" de eletrônica nas horas vagas e agora decidi compartilhar meus projetos, experimentos e observações. Há muito tempo que venho amadurecendo a ideia e agora eu estou finalmente a colocando em prática.

Um dos meus objetivos em abrir os meus projetos é para que com a minha experiência eu possa ajudar as pessoas interessadas em eletrônica e que estejam querendo implementar projetos similares. E outro objetivo meu é também ser ajudado.

As vezes é um fardo carregar o projeto sozinho. As vezes você não imagina o grau de dificuldade que você vai enfrentar ou não tem ideia dos desafios que tem pela frente ao iniciar um novo projeto e eu creio que compartilhando ideias e experiências pode ajudar a diminuir o fardo.

Além disto eu penso em, nas horas vagas, me dedicar mais nos poucos eventos e atividades que a comunidade de hobbystas de eletrônica do Rio de Janeiro tem promovido recentemente. E eu acho que aqui pode ser um veículo para ajudar a divulgar tais eventos.

E por último mas não menos importante eu vou expressar minha opinião sobre coisas que tangem a eletrônica. Incluindo ai um pouco de política e outras questões menos técnicas mas que afetam o dia-a-dia e o desenvolvimento da eletrônica no Rio de Janeiro, no Brasil e também no Mundo. Talvez eu até mesmo venha a avaliar novos produtos do mercado.

De qualquer forma este espaço que estou criando hoje não tem menor pretensão de se transformar em um negócio ou num meio de promoção social. Na verdade não sei nem se alguém vai ler estas palavras. O que eu quero que fique claro para você que está lendo estas palavras é que para mim o que importa é a "Paixão por Eletrônica". E se você é um apaixonado como eu então será muito bem vindo.

Até breve,

José Paulo